segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Notícias: Hoteis solidários da Figueira da Foz apoiam a CVP

«Diga lá doutora, o que mais precisa». Foi assim que a conversa começou, com o responsável pelo Mercure a questionar a presidente da delegação da Figueira da Cruz Vermelha Portuguesa, conta a própria.
Laura Lacerda não se fez rogada e desabafou que o seu grande desejo era poder proporcionar às pessoas mais carenciadas, que comem na sua instituição de segunda a sexta- feira, pudessem também ter pelo menos uma refeição ao fim- de- semana. Das palavras aos actos foi “um pulinho”, sete hotéis assentiram e durante sete semanas, aos sábados, os mais desfavorecidos tiveram a sua refeição.
Aderiram ao “apelo” os hotéis Mercure, Ibis, Costa de Prata, Wellington, Atlântico, Sotto Maior e o Hotel de Quiaios, que encerrou a ronda no passado sábado, servindo 72 refeições.
Da ementa fez parte uma sopa de espinafres, salada, arroz de feijão com panados e pudim e fruta. Tudo «feito com muito gosto», como explicou ao nosso jornal o chefe de cozinha do hotel, Sérgio Pinhal que considera que é sempre bom «ajudar as outras pessoas», mesmo que isso signifique, para si e para as duas senhoras que o acompanhavam, «muitas horas de trabalho, porque para estarmos aqui a esta hora (12h00), já tivemos de deixar o nosso trabalho feito no hotel». Sérgio Pinhal não sabia se iriam ou não voltar, porque isso «vai depender da administração» e não deles, funcionários.
Quem gostaria que voltassem era a presidente da instituição, que não tem dúvidas, «muitos dos nossos utentes, comem uma refeição em condições à sexta e depois, só à segunda». Por isso, Laura Lacerda não tem dúvidas, o seu «grande sonho era que esta solidariedade continuasse e vamos fazer todos os possíveis para sensibilizar nesse sentido».
Até porque, adianta, «nós não temos possibilidade de lhes dar nada» para aconchegar o estômago durante o fim- de- semana, refere, salientando que o ideal seria que se conseguisse esta acção, ao longo de todo o ano. «Com hotéis, restaurantes, seja como for», frisou.

“Nova” Loja Social
pronta em breve
Na delegação da Figueira da CVP grande parte do trabalho desenvolvido fica a dever-se aos voluntários. Fernando, Matilde, Isabel e muitos outros, não se poupam a esforços e “roubam” um bocadinho do seu tempo para dar aos outros, a troco de nada. Mas há um que se destaca.
Manuel Oliveira Azevedo, um antigo oficial de máquinas da Cimpor, que, depois de reformado, decidiu dedicar parte do seu tempo ao voluntariado, fazendo um «pouco de tudo», desde trabalhos de carpintaria, à electricidade ou construção civil.
No sábado, fomos encontrá-lo a pintar aquela que vai ser a nova sala da Loja Social, um espaço, como explica Laura Lacerda onde se vendem roupas, calçado e outros objectos necessários ao dia- a- dia das pessoas mais desfavorecidas.
«Lojas que mudam de ramo, que têm muita roupa em stock ou restos de colecções, oferecem e nós vendemos a um preço simbólico», refere a presidente da CVP.

in.:www.diariocoimbra.pt

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