O director do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros da Madeira diz que a probabilidade de ocorrência na Madeira de um sismo de magnitude semelhante ao sentido em Itália (6.7 na escala de Richter), na madrugada de segunda-feira, é tão reduzida que o dispositivo de socorro está orientado para outras tipologias de riscos específicos. «Nós temos um dispositivo de socorro para fazer face a um conjunto de riscos que temos previsto que possam vir a acontecer, e esse é um dos que não está na relação de situações que na Região tenham probabilidade de se verificar», declara Luis Neri, sobre a eventualidade de um fenómeno desses ocorrer um dia na Madeira. Por isso, o director da Protecção Civil prefere não tipificar um tipo de acidente grave ou catástrofe, optando por falar em termos gerais. Assim, e perante um cenário em que ocorra uma catástrofe natural que provoque um conjunto alargado de sinistrados (mortos, feridos e desalojados), Luis Neri responde que é accionado o Centro Regional de Operações de Emergência e de Protecção Civil, órgão que irá coordenar as diferentes entidades que disponibilizam meios para o dispositivo. Concorrentemente, são activados os «agentes prioritariamente disponíveis» e que são todas as corporações de bombeiros da Região, nas quais se incluem as equipas especializadas de Socorro e Resgate em Montanha e Canyoning. Entram também em acção a Cruz Vermelha Portuguesa, que actuará no socorro na área da emergência pré-hospitalar, as Equipas Médicas de Intervenção Rápida (EMIR) e o SANAS. «Consoante a gravidade da situação», explica o director do Serviço Regional de Protecção Civil, «temos outras entidades que colaboram connosco», nomeadamente as Forças Armadas, a Guarda Nacional Repúblicana, a Polícia de Segurança Pública e a Polícia Judiciária, entre muitas outras, cada uma a actuar na sua área de responsabilidade. Se a catástrofe ocorrer na área florestal, o corpo da polícia florestal da Direcção Regional de Florestas é ainda chamado a intervir. Todos estes meios são «gradualmente empenhados», como sublinhou Luis Neri. Quem também assume um papel «muito importante» perante uma catástrofe são as câmaras municipais, prossegue o nosso interlocutor. «As várias câmaras municipais têm um papel importante porque são elas que têm disponibilidade de alojamentos e de meios de acompanhamento das pessoas que transitoriamente possam ficar desalojadas», adiantou, acrescentando que entre as autarquias e o Governo Regional é procurada uma plataforma de entendimento para colocar os desalojados em locais temporários e apoiá-los psicologicamente, com a ajuda das equipas do Centro de Segurança Social da Madeira. Paralelamente, entram em acção outras organizações que podem fornecer apoio suplementar (por exemplo, água e alimentos). Quanto à intervenção no terreno, Luis Neri refere que a principal preocupação é salvar vidas. Ao chegarem à zona fustigada, as primeiras atenções dos serviços são «localizar perfeitamente o acidente, estruturar o comando e a coordenação da operação, disponibilizar os meios de socorro e reunir um grupo de pessoas num órgão de coordenação». Este instrumento permitirá coordenar as pessoas que estão no terreno e avaliar a necessidade, ou não, de pedir ajuda a meios que estejam no exterior da Madeira. Por já estar bem apetrechada de meios, Luis Neri só admite o pedido de ajuda ao exterior em «casos muito extremos».
A Madeira tem planos de emergência aos níveis municipal e regional que se encontram em fase de revisão. «Nós estamos numa fase de revisão, quer dos planos municipais, quer do plano regional», porque houve legislação alterada e surgiram novas realidades na Madeira, disse o director do Serviço Regional de Protecção Civil da Madeira. «Tudo está a ser trabalhado. Temos tido reuniões com as câmaras municipais», complementou Luis Neri, ressalvando, no entanto, que a alteração dos planos não condiciona a acção das diferentes entidades em caso de acidente grave ou catástrofe. Deu, como exemplo, a resposta dada pela Protecção Civil e de vários municípios (principalmente o Funchal)nas cheias em Abril do ano passado. Segundo Luis Neri, as novas preocupações que estão a ser reflectidas na revisão dos planos são no sentido de os tornar mais práticos.
O Hospital Central do Funchal e os centros de saúde são infra-estruturas que fazem parte do dispositivo de socorro accionado em caso de acidente grave ou catástrofe. O HCF, aliás, tem feito parte do dispositivo mobilizado nos simulacros que têm ocorrido na Região nos últimos anos.
O director do Serviço Regional de Protecção Civil, Luis Neri, diz que a preservação dos monumentos é «uma das preocupações» vertidas nos planos de emergência municipais e regional embora a probabilidade de ocorrência de um sismo de magnitude elevada seja muito baixa. Os monumentos «serão salvaguardados nesses documentos face a outro tipo de ocorrências, porque integram uma parte importante da história de todos nós».
Dois dos sete estudantes portugueses que estudavam na região de Aquila, centro de Itália, atingida segunda-feira por um violento sismo, regressaram ontem a Portugal a seu pedido, disse à Lusa fonte do gabinete da Secretaria de Estado das Comunidades. O regresso foi efectuado através da embaixada de Portugal, acrescentou a fonte contactada pela Lusa. Outras duas estudantes, Sílvia Fernandes e Isabel Ferreira, têm passagem aérea de regresso a Portugal marcada para a próxima quinta-feira, disse à Lusa a mãe da primeira daquelas estudantes, Luísa Fernandes.
Centro de Emergência
Em caso de acidente grave ou catástrofe na Região Autónoma da Madeira, é imediatamente accionado o Centro Regional de Operações de Emergência e de Protecção Civil (CROEPC). Este órgão é accionado pelo presidente do Governo Regional. O CROEPC congrega todas as entidades que compõem o dispositivo, como decorre da lei orgânica do Serviço Regional de Protecção Civil.
in.:www.jornaldamadeira.pt
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