Cruz Vermelha aposta na prevenção da morte súbita
A finalidade do DVD, editado pela Delegação de Coimbra da Cruz Vermelha Portuguesa, é a diminuição da incidência da morte súbita em Portugal. O que pressupõe o alargamento do conhecimento sobre a cadeia de sobrevivência, divulgando-a às populações e garantindo a existência de desfibrilhadores automáticos externos em todos os locais públicos e grandes espaços em que se preveja a necessidade da sua utilização.
Na primeira parte do DVD, apresentado ontem na Delegação de Coimbra da Cruz Vermelha, os temas doença coronária, morte súbita e cadeia de sobrevivência são apresentados por autores especialistas que os desenvolvem contribuindo assim para a sua adequada divulgação.
Na segunda parte, a História da Cruz Vermelha, Internacional e Nacional é relatada por um especialista na área.
Pela sua elevada incidência (0,1 a 0,2% nos países desenvolvidos), a morte súbita, mais frequente no sexo masculino, é a causa de morte em mais de 50% dos doentes coronários, sendo que na criança a maior incidência é do nascimento aos seis meses e no adulto dos 45 aos 75 anos. No desportista é relativamente pouco frequente mas tem um enorme impacto social.
Armando Gonsalves considerou que as doenças cardíacas são a causa mais frequente de morte súbita que, em 80% dos casos, se deve à doença coronária.
Para o presidente da Delegação de Coimbra da Cruz Vermelha, a proporção de morte súbita tem aumentado pelo que diminuir a sua incidência é o desafio mais importante da cardiologia moderna. Mas para isso é indispensável identificar os doentes cardíacos de alto risco. Por outro lado, a reanimação de uma maior percentagem de pessoas com morte súbita pressupõe a educação das populações no sentido de reconhecer a situação, mas nada resulta se não se resolver a fibrilhação ventricular, que é em cerca de 90% dos casos a causa de morte súbita em doentes cardíacos.
Utilizados por
qualquer cidadão
Armando Gonsalves referiu que o único tratamento para a fibrilhação ventricular é o choque transtorácico dado por um desfibrilhador externo. Por isso, e para reverter a fibrilhação ventricular nos primeiros minutos é necessário que haja um desfibrilhador automático externo (DAE) disponível e pessoas capazes de o utilizar no local.
A desfibrilhação deve ser precoce e por isso é necessária a existência de desfibrilhadores portáteis que possam ser utilizados por qualquer cidadão. O que só é possível se forem DAE. Com estes desfibrilhadores automáticos externos acessíveis em lugares públicos e a população capaz de iniciar a reanimação e de os utilizar podemos aumentar a percentagem de reanimação de morte súbita de 5% para cerca de 50%.
O evento contou igualmente com a presença de Mário Nunes, em representação da Câmara Municipal de Coimbra, que considerou a obra lançada um «instrumento pedagógico importante e acessível a qualquer um».
Os DVD’s poderão ser distribuídos aos agrupamentos de escolas, bem como empresas e forças de segurança e corpos de bombeiros. Poderão ser adquiridos ao preço de 15 euros e a receita reverterá para a aquisição de um desfibrilhador para equipar a ambulância da Cruz Vermelha. Estarão à venda nas instalações do Diário de Coimbra.
Recorde-se que a Cruz Vermelha de Coimbra dispõe de um espaço na Feira da Saúde, na Praça da República, onde tem exposto um desfibrilhador automático externo utilizado nos cursos de suporte básico de vida.
in.:www,diariocoimbra.pt
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